Estávamos recentemente em um hospital para uma consulta médica e notamos alguns médicos com estetoscópios no pescoço. Então li um artigo no jornal que dizia que o estetoscópio foi inventado há 200 anos. Acho estranho que os médicos ainda estejam contando com eles. Não há algo melhor?
A resposta
É verdade que os médicos usam o estetoscópio há dois séculos para avaliar os corações, pulmões e intestinos dos pacientes ouvindo os sons internos de seus corpos.
O primeiro estetoscópio – um tubo oco improvisado – foi desenvolvido em 1816 por um médico francês, René Laënnec, que se sentiu essencialmente envergonhado por colocar a orelha no peito de uma mulher para ouvir seu coração batendo.
Desde então, o estetoscópio – com seu ressonador em forma de disco e dois tubos conectados aos fones de ouvido – tornou-se um símbolo da profissão médica.
Mas, nos últimos anos, houve pedidos de médicos para abandonar o estetoscópio e adotar dispositivos de alta tecnologia.
Eric Topol, diretor do Scripps Translational Science Institute em La Jolla, Califórnia, é um dos principais defensores da revolução da saúde “digital”, que promete colocar informações pessoais de saúde diretamente nas mãos dos pacientes.
Topol chama o estetoscópio de “relíquia”, observando que os scanners de ultrassom de bolso podem agora fornecer imagens detalhadas do coração. Outros dispositivos que se conectam a smartphones podem amplificar os batimentos cardíacos, ajudar no diagnóstico e os dados podem ser enviados sem fio para os registros médicos eletrônicos dos pacientes.
No entanto, ainda existem ocasiões em que a tecnologia mais “antiga” pode ser boa. O estetoscópio não é perfeito, mas não está completamente pronto para ser descartado, dizem os médicos e estudiosos.
Muitos casos pedem e dependem de uma estetoscópio à moda antiga, como:
- Avaliação de mulheres grávidas com falta de ar
Um estetoscópio pode ajudar a determinar se coisas como surtos de asma ou pneumonia estão causando dificuldades respiratórias, porque os sons variam de acordo com a condição.
- Declarando um paciente morto
De fato, às vezes não é óbvio que o paciente morreu, especialmente quando houve um declínio lento e constante. O estetoscópio pode fornecer uma resposta. Você coloca o estetoscópio no peito e fica absolutamente silencioso, isso dá uma sentença.
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- Verificação da frequência cardíaca:
Muitos pacientes têm uma frequência cardíaca muito rápida. Os médicos geralmente prescrevem medicamentos para reduzir a freqüência cardíaca a uma faixa mais normal.
Mas verificar a frequência cardíaca colocando dois dedos no pulso pode às vezes dar uma medida enganosa, porque nem todo pulso pode ser sentido com essa abordagem. No entanto, se o estetoscópio for colocado no peito ao mesmo tempo, é óbvio que um batimento cardíaco não está chegando ao pulso.
- Medição da pressão arterial
Agora existem muitos dispositivos eletrônicos que medem automaticamente a pressão arterial. Mas eles podem estar desregulados. O estetoscópio, combinado com um esfigmomanômetro (manguito inflável), é útil quando os dispositivos eletrônicos travam.
- Detectando problemas cardíacos
Antes de iniciar uma operação, os médicos geralmente querem saber se um paciente tem um problema cardíaco pré-existente que pode levar a complicações cirúrgicas.
Um diagnóstico definitivo pode ser feito com um teste de ecocardiograma. Mas isso leva tempo. Por outro lado, o estetoscópio pode ajudar a identificar rapidamente condições cardíacas em pacientes que precisam de cirurgia urgente, como um idoso que caiu e quebrou um quadril.
- Aferição da recuperação da cirurgia
O anestésico usado na cirurgia tende a desacelerar os intestinos. Ao usar um estetoscópio para ouvir a barriga, o médico geralmente pode obter uma indicação do estágio de recuperação do paciente.
